“O espírito idealista, desbravador, solidário, humanista e integrador de Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, inspira e norteia todas as atividades do Projeto Rondon, motivando professores e estudantes universitários a, cada vez mais, participarem das operações que o Ministério da Defesa desenvolve há exatos cinco anos.

O Projeto Rondon é uma ação do Governo Federal que começou tímida e que foi ganhando corpo. Foi como o início de um namoro entre as Forças Armadas e a Universidade. A convivência foi estreitando as relações. Aos poucos alguns preconceitos foram sendo vencidos e algumas barreiras ultrapassadas. As duas instituições aprenderam a viver com as diferenças. Somaram-se a organização, o sentimento de cumprimento da missão e a experiência logística das forças com a curiosidade, a inteligência e a experiência da academia no trato dos mais diversos assuntos de interesse da nação. O resultado surpreendeu a todos positivamente.

Com o sucesso dos resultados, o Projeto Rondon foi gradualmente aumentando o número de participantes. Esse processo parece uma bola de neve. Quanto maior é o número de rondonistas, maior é o número de estudantes desejosos de participar.”

“Diário de Bordo Operação Rondon Tocantins

A Equipe da Operação Rondon Tocantins da Unicamp está em sua segunda semana de trabalho na cidade de Silvanópolis. Todos sentem o cansaço por causa do calor, mas não abrimos mão do entusiasmo e da vontade de cumprir nossa missão. O prazer do trabalho bem feito e a retorno dos alunos são os combustíveis que recarregam nossas energias durante o sono para um novo dia de trabalho.

O Brasil que viemos conhecer não é o Brasil que imaginávamos. A realidade é mais surpreendente do que a imaginação. Não vimos miséria, mas descobrimos o quanto precisamos fazer pelas pessoas, pelos cidadãos, pelo país.

Silvanópolis é uma pequena cidade no interior de Tocantins. As escolas estão bem equipadas, os produtores rurais têm o apoio de instituições do governo estadual e municipal. Aqui pudemos perceber de perto os benefícios de muitos programas do governo federal. Não há miséria, o país precisa pensar no ser humano, no cidadão, na formação destes sentimentos de humanidade e cidadania. Se não houver investimento na formação dos recursos humanos, benefícios físicos e materiais dos órgãos governamentais, da iniciativa privada e do terceiro setor serão subaproveitados.

Neste sentido, a educação escolar é um foco importante, porém a educação de agentes comunitários, agentes de saúde, lideranças locais e de outras figuras importantes da comunidade também deve ser a preocupação da formação dos nossos profissionais na Unicamp e, isso diz respeito a todas as áreas de conhecimento e a todos os cursos. A responsabilidade social da universidade pede uma preocupação maior com o desenvolvimento do ser humano.

Nossos alunos que estão aqui em Tocantins estão aprendendo a ver o Brasil com outras perspectivas, construindo novos paradigmas.

Ao ver a abertura da operação da cidade de Palmas ficamos a me perguntar, vasculhando em minha memória: há um encontro de estudantes e professores no Brasil que reúna tantas áreas de conhecimento e a diversidade de profissionais que estão presentes neste salão?

Provavelmente a resposta é não.”